12/03/2010

Animais não incluídos no processo de realojamento

Animais não incluídos no processo de realojamento

 

'Pata' já recebeu dez pedidos de famílias que não podem levar os cães para a nova casa
Data: 12-03-2010 

Muitas das famílias que devido ao temporal ficaram sem casa, estão também a ficar sem os seus animais domésticos. Isto porque, ao serem realojadas em apartamentos, muitos são os condomínios que proíbem a permanência de cães nos andares e as famílias são forçadas a 'deixar para trás' os animais de companhia.

Fátima Gonçalves, responsável pela associação PATA, diz que já não há mais capacidade em termos de espaço para acolher mais cães que também perderam o seu lar no passado dia 20 de Fevereiro. "Acolhemos três cães e já tivemos pelo menos outros 10 pedidos, mas não temos possibilidades para ajudar", afirma. Fátima Gonçalves diz ainda que tem conhecimento de famílias que conseguiram entregar os seus animais a pessoas de confiança, familiares e amigos que rapidamente se disponibilizaram a ficar com os cães e gatos. Porém, muitos não têm essa sorte. Entre algumas das famílias que 'perderam' a casa no temporal e que estão a ter por isso acompanhamento psicológico, o facto de não poderem ter os seus animais de companhia nos novos lares tem sido levantado como factor acrescido de ansiedade, diz ainda.

"A situação é complicada", afirma a responsável pela PATA, porque se as pessoas não conseguem uma instituição ou alguém que possa acolher os animais, acabam por ter de os abandonar, mesmo sem querer. Aliás, é exactamente isso que Fátima Gonçalves acredita que aconteceu com os três cães que recentemente apareceram junto ao MadeiraShopping. São animais jovens, bem tratados e alimentados e um deles tem mesmo uma coleira e uma corrente partida. Tudo isto é sinal de que, mesmo recentemente tiveram dono, alguém que cuidou dos animais, mas que por alguma razão teve de parar de o fazer. A responsável pela PATA gostaria de ter possibilidade de os acolher antes que algo de mal aconteça, mas não tem mesmo condições de o fazer.

Fátima Gonçalves apela a que as autoridades que estão responsáveis pelo processo de realojamento pós-temporal comecem também a pensar em soluções para os animais de companhia destas famílias.
Ana Luísa Correia

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