06/10/2011

Será que os cães têm emoções?


Claro que sim. E todos os donos de cães aprendem a reconhecer os humores dos seus fieis amigos através da linguagem corporal e expressões do focinho, pelos sons que fazem e até pela sua forma de andar. Acabamos por saber instintivamente se os nossos cães estão entusiasmados, felizes, tristes, frustrados ou ansiosos.
No entanto, este assunto tem sido tema de debate entre especialistas de comportamento, por ser praticamente impossível medir e quantificar as emoções. Apesar de ser claro que o seu cão tem uma vida emocional rica, os cientistas não conseguem medir exactamente quão feliz ou assustado ele ou ela está de facto. É por isso que muitos preferem ignorar que essas emoções existem e que têm um papel real na forma como os cães aprendem a comportar-se e a expressar-se.


O que são as emoções?


As emoções dão aos cães o impulso de reagirem a um acontecimento ou situação e são as responsáveis pela forma como eles se sentem em relação a essa reacção. Por exemplo, a emoção negativa do medo pode levar um cão a defender-se, enquanto as emoções positivas despoletadas pelo contacto e pelo toque podem ajudá-lo a criar e manter relações com outros animais dentro do grupo. As emoções dividem-se entre sentimentos positivos e negativos e têm escalas descendentes e ascendentes. Por exemplo, à medida que um animal se sente mais feliz, o sentimento de felicidade pode transformar-se em êxtase, da mesma forma que um sentimento de frustração pode escalar para fúria e raiva ou a apreensão pode chegar a medo e terror. Os animais com problemas comportamentais muitas vezes estão a chegar ao extremo da escala emocional quando demonstram o seu problema.

Estudos recentes mostram que todos os mamíferos, incluindo os cães, têm 7 sistemas emocionais base, que lhes dão a capacidade de reagir à informação sobre o que chega aos seus cérebros, através dos sentidos. Entre estes 7 sistemas encontra-se um sistema de busca, que lhe permite encontrar comida, um sistema de medo para responderem a situações desconhecidas (eventualmente perigosas), um sistema de brincadeira e um sistema de cuidados que lhes permite educar as crias e desenvolver relações sociais.


Certas áreas do complexo cérebro humano conseguem processar esta capacidade emocional em sentimentos mais elaborados, como amor, vergonha, contentamento, preocupação, etc. E apesar de não associarmos este tipo de sentimentos aos cães, isso não lhes retira a capacidade de sentir emoções mais básicas como felicidade, tristeza, fúria e medo, da mesma forma que os humanos.

Os mais modernos especialistas comportamentais afirmam que na verdade as emoções são essenciais na forma como os animais aprendem (mesmo que a medição desses sentimentos não seja possível) e utilizam uma avaliação emocional como base de tratamento de problemas comportamentais em animais. Esta abordagem tem tido como pioneiro o consultor comportamental da Purina Peter Neville no Centro de Etologia Aplicada a Animais de Estimação (Centre for Aplied Pet Ethology) e é actualmente utilizada com sucesso por terapeutas comportamentais em todo o mundo. Saiba mais em www.coape.org


Problemas Emocionais


Reconhecer que os cães têm emoções tem ajudado o desenvolvimento das pesquisas noutros campos, tal como lidar com problemas comportamentais, como agressividade, excesso de limpeza e nervosismo. Tipicamente, uma avaliação do problema faz-se em 3 fases:
• Uma avaliação emocional do cão na altura em que se observa o problema.
• Uma avaliação do estado de humor e  comportamento normal do cão.
• Uma análise aprofundada de quais os factores exactos, internos e externos, que mantêm o problema, apesar de várias tentativas de o remover.

Tendo em consideração as emoções que os cães sentem, em vez de simplesmente ver como eles se comportam, os terapeutas comportamentais estão hoje a aprender a resolver estes problemas de forma muito mais eficiente.

Fonte: http://www.purina-petlife.clix.pt/geral.aspx?id=110

Sem comentários:

Content Copyright ©2009-2011 - Powered by Xana Abreu