16/06/2011

Cumprimentar cães na rua

Muito útil, recomendo vivamente a leitura a todos aqueles que como eu, mal vêm um cão vão logo fazer uma festinha :)


Para quem gosta de animais, muitas vezes é irresistível dar uma festa ao cão que passa na rua, mas uma abordagem incorrecta pode resultar num mau encontro.

Os cães são animais irracionais e reagem instintivamente. Morder é algo natural para eles quando se sentem ameaçados. Antes de abordar um cão na rua deve certificar-se junto do dono de que  pode fazer-lhe festas e de que o cão está receptivo às mesmas.

Não confiar na raça


Muitas pessoas aproximam-se de cães de determinadas raças e fogem de outras por causa da fama que essas raças caninas têm. Geralmente os Retrievers, como o Labrador, são tidos como animais mansos, enquanto que os cães de guarda, como o Rottweiller, são tidos como instáveis.

Contudo, sem conhecer a história do cão, nada é certo. Pode estar a aproximar-se de um Labrador pouco sociabilizado que não gosta de estranhos e a afastar-se de um Rottweiler que adora festas.

Cuidado extra com crianças


As crianças são enérgicas e muitas vezes fazem gestos que o cão pode entender como uma ameaça, tais como abanar os braços, ir com a mão fazer uma festa e depois recuar, entre outros. Caso uma criança queira dar uma festa a um cão, os pais devem verificar primeiro por eles próprios se o animal aceita festas e depois mostrar a criança como pode também cumprimentar o cão.

Pedir permissão


Antes de abordar o cão deve pedir permissão ao dono. Pergunte ao dono se é seguro aproximar-se e se pode dar uma festa.

Não se trata apenas da sua segurança, mas também de respeitar o espaço pessoal do cão e do dono.

Caso o dono anuir, convém ter na mesma algum cuidado, pois muitas vezes os animais podem reagir de forma imprevisível para os donos.

Ler a linguagem corporal


A forma mais segura de se certificar que um cão está receptivo a festas é lendo a linguagem corporal do animal. Os cães comunicam através de gestos e da posição do corpo. Um cão com a cauda a abanar amplamente está contente e receptivo. Mas se a cauda estiver erecta e fixa ou a abanar levemente, deve ter cuidado e não se aproximar. Cães com a boca aberta e a língua para fora são cães que se encontram num bom estado de espírito para serem saudados, mas se tiverem os lábios tensos ou expuserem os dentes é recomendável não abordar o cão.

Escolha a situação correcta


Não aborde um cão que está a brincar com o dono e com um brinquedo. O cão pode pensar que lhe irá retirar o brinquedo. Não aborde o cão quando este está a fazer necessidades ou quando apanhou qualquer coisa com a boca. Não deixe uma criança aproximar-se de um cão demasiadamente excitado, pois as reacções do cão são menos previsíveis.
Não aborde um cão num veterinário, geralmente os animais sentem-se mais ansiosos e alguns em stress e podem reagir agressivamente, muitas vezes para surpresa do dono.

Em resumo, aborde cães quando estes estão com o dono, à trela e relaxados.

Como abordar


Os cães devem ser abordados pelo lado e não de frente. Não deve olhar fixamente um cão nos olhos e deve passar essa recomendação às crianças, já que, por instinto, os humanos tendem a olhar nos olhos as pessoas e animais com quem estão a interagir. Para os cães, olhar nos olhos é estar a desafiá-lo.

Não encoste a mão junto do focinho do cão. Estes animais têm um olfacto muito apurado e já cheiraram tudo sobre si mesmo antes de se aproximar. Se o cão quiser saber mais, ele próprio toma a iniciativa de o cheirar. Assim, evite de todo abordar o cão pela frente, seja dando a mão a cheirar ou elevando a mão para fazer festas na cabeça.

As festas devem-se concentrar no dorso, não suba à cabeça, nem desça à cauda, pois faz com o que o cão se sinta desconfortável.

Todas estas recomendações podem parecer demasiado restritas para quem costuma abordar sem qualquer uma destas preocupações cães na rua. Mas nem todos os cães estão bem socializados ou gostam de estranhos.
 

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