Alguns conselhos e dicas para viver em harmonia com o seu animal e mantê-lo saudável e bem por muitos anos. O presente estudo não dispensa uma análise mais aprofundada com o seu veterinário ou com outras pessoas com mais experiência em animais. Antes de adoptar um animal tenha sempre em consideração todas as implicações e cuidados a ter.
*Desparasitação
Os parasitas internos podem causar sérios problemas de saúde (mais graves nos gatinhos bebés) e inclusive podem provar a morte.
Quando adoptar um gato, pergunte sempre quando é que foi desparasitado e com o quê. Assim poderá dar sequência ao processo, ou, no caso dele não ter sido ainda desparasitado, iniciar esse procedimento.
Os bebés podem ser desparasitados muito cedo (3/4 semanas), mas em doses e com produtos apropriados. Pergunte ao veterinário como proceder.
O desparasitante existe em pasta e em comprimidos, e em diferentes marcas no mercado. Como os parasitas se vão tornando mais resistentes, é natural que ao longo da vida do gato vá mudando de produto, porque estão sempre a surgir produtos mais eficazes.
Nos gatos bebés, a segunda dose pode ser tomada passado um mês (ou até antes, se o veterinário considerar necessário) e nos gatos adultos recomenda-se que seja feito 2 ou 3 vezes por ano.
Tome em atenção que a utilização de desparasitantes que não sejam próprios para gatos ou em doses erradas, pode provocar danos de saúde irrecuperáveis. Siga o conselho de um veterinário.
Pulgas e carraças, por exemplo, são parasitas externos. Um gato de casa não apanha tão facilmente este tipo de parasitas, mas não está imune. Nós próprios levamos com facilidade este tipo de parasitas para dentro de casa.
Existem vários produtos no mercado, que utilização periódica ou regular, que pode utilizar. Nos gatinhos bebés, que apanham pulgas com muita facilidade, geralmente o processo utilizado é embeber um algodão num pouco do produto e passar pelo corpo do gatinho. Mas convém que esta operação seja efectuada pelo seu médico, quando levar o gatinho à consulta.
*Vacinação
As doenças mais frequentes e mais graves que geralmente atingem os gatos podem ser impedidas pela vacinação. Os gatos podem ser vacinados contra a Panleucopénia e viroses respiratórias (grande causa de morte), e contra o Felv.
Há veterinários que utilizam 2 vacinas, outros que optam pela vacina completa, sendo que em qualquer dos casos o tipo de protecção é o mesmo.
E o que é realmente importante é que o gato seja vacinado e que ao longo da vida tenha o cuidado de manter o boletim de vacinas em dia. Se o gato tiver acesso à rua, então a importância da vacinação aumenta ainda mais. Ele vai estar exposto a perigos acrescidos.
E acredite que tratar um gato, sobretudo dar-lhe medicação oral, pode revelar-se tarefa bem difícil.
Nada melhor do que apostar na prevenção.
As primeiras vacinas devem ser tomadas aos 2 meses, estando os gatinhos saudáveis. Não deve vacinar um gato doente, porque não terá efeito. O reforço é feito passado 1 mês e depois a vacina será anual.
*Identificação
Muitos dos gatinhos que frequentemente vemos desorientados e angustiados no meio das ruas, já tiveram um lar e se muitos foram abandonados, outros há que se perderam, ou porque caíram de uma janela, ou porque resolveram dar uma voltinha, e depois se desorientaram e não conseguiram encontrar o caminho de volta à segurança do lar.
Basicamente, a identificação do gato pode ser feita:
- colocando uma pequena chapa com um número de contacto telefónico gravado;
- com a colocação de um microchip, que fica por baixo da pele do gato, geralmente junto ao pescoço, no lado esquerdo.
Desejavelmente, todos os gatinhos deveriam ter estes dois meios de identificação em simultâneo, porque são complementares.
O chip é colocado com uma agulha, num processo semelhante à vacinação. O gato sentirá a picada, mas nada mais. Em poucos segundos este processo está concluído e a dor que possa ter resultado da picada da agulha não permanece.
Os preços são sensivelmente equivalentes a uma vacina. Mas este é um investimento que pode salvar a vida do seu gato.
*Higiene
Os gatos passam parte do dia a lamber-se de forma metódica e meticulosa, garantido todos os cuidados de higiene fundamentais a uma vida saudável.
Portanto, o dono deve fundamentalmente preocupar-se com a higiene dos olhos e dos ouvidos para evitar mal-estar ou mesmo a criação de otites. Por outro lado, manter o WC limpo é um princípio de higiene que deve observar sempre, pois garante o bem-estar de todos e os gatos agradecem muito.
Os gatos são muito higiénicos e dedicam sempre algum tempo por dia a esta actividade, por isso, não é necessário dar banho ao seu animal.
Realmente é verdade que os gatos não gostam de água e quando são obrigados a tomar banho é um processo tortuoso para ao animal, devendo ser evitado. Poderá pensar o contrário na primeira vez que possa vir a tentar dar banho ao gato, isto porque, o animal fica de tal forma surpreendido e assustado que nem reage. Mas verá na segunda tentativa que terá muita dificuldade em convencê-lo de que o banho é uma coisa boa.
Apesar de quase todos os gatos gostarem (ou adorarem) brincar com a água, no que toca a tomar banho a situação é bem diferente.
E porque diariamente eles se esforçam por se manter limpos, na realidade ele é dispensável.
Se o gatinho começou a coçar-se deve existir algum motivo estranho e normalmente externo, por exemplo um problema de pele ou então a existência de parasitas externos (pulgas).
Se notar falha de pelo ou uma ferida, mesmo que muito pequena, deve ir ao veterinário porque muito provavelmente é um problema de pele que deve ser tratado rapidamente para não se alastrar. Quanto mais cedo o problema for atacado, mais facilmente se poderá curar.
Quando o pêlo do gato fica com um ar menos lustroso e bonito, normalmente é sinal de doença ou também de uma alimentação desajustada.
Como excepção, temos os gatinhos já idosos, onde o pelo já não é tão brilhante e os próprios animais deixam de dar tanta importância aos cuidados de higiene, pelo que este de forma gradual vai ficando menos bonito.
Mas mesmo nos animais mais velhos, sempre que notar uma mudança brusca do aspecto do pelo do seu gatinho, é conveniente que consulte o veterinário, para que possa verificar se existe alguma causa mais grave que possa estar na origem dessa mudança.
Alguns gatos têm tendência a acumular sujidade nos ouvidos. Para que não se torne um problema ao ponto de dar origem ao aparecimento de otites, deve limpar com cuidado os ouvidos, utilizando para o efeito algodão embebido em soro fisiológico que pode adquirir num supermercado ou numa farmácia. Em função de cada gato, este processo pode ser praticado com mais ou menos frequência, ou até ser completamente desnecessário.
Caso note junto aos olhos a acumulação de algumas remelas, também pode ajudá-lo com a utilização de algodão seco. Mas se for muito frequente a criação de remelas, deve ver com o veterinário a origem, para eliminar eventuais problemas.
Em regra, os gatos são animais saudáveis e se tudo correr bem, é natural que as visitas ao veterinário se limitem à vacinação e esterilização.
*Doenças
Existem vários sintomas que podem indiciar que o gatinho está com algum problema de saúde. Um dono atento pode detectar de forma precoce indícios de complicações e conseguir evitar a progressão de doenças que podem ser mais difíceis de combater numa fase mais avançada do seu desenvolvimento. Por isso se detectar algum destes sintomas, ou se a sua intuição lhe disser que algo de anormal se passa com o seu gato, deve dirigir-se de imediato ao veterinário.
O comportamento do animal é um dos meios que temos para detectar que algo está errado com a sua saúde. Assim, sempre que notar alguma diferença no comportamento, por exemplo se notar que o gato está mais murchinho, que não brinca tanto ou se me ainda mais, deve preocupar-se em observá-lo com mais cuidado e em caso de persistência do comportamento estranho deve leva-lo ao veterinário.
Outra forma de observar se está tudo bem com o gato é através do apetite e do nível de ingestão de água. Nas situações em que um gato perde apetite é, normalmente, sinal de alarme. Pode, no entanto, acontecer que a mudança de apetite tem a ver com razões naturais e que não são caso para preocupação, por exemplo razões climáticas. Em caso de dúvida ou em caso de persistência de perda do apetite deve leva-lo ao veterinário.
Claro que se o gato emagrecer repentinamente é um sinal muito obvio de que algum problema se passa, pois não é nada normal.
Se observar que o seu gato passou a ingerir mais água pode ser um sinal de algum problema físico, nomeadamente um problema urinário.
Através da observação das fezes e da frequência com que o gato utiliza o WC é também uma forma de averiguarmos o estado de saúde do gato. Se notar que as fezes são moles com frequência ou então se notar que o gato tem dificuldades em fazer as suas necessidades deve ir ao médico, pois pode estar com algum problema físico, urinário, gástrico, entre outros.
Deve observar com regularidade os olhos do seu gato, pois se notar uma pequena membrana branca é sinal de febre e caso a membrana seja escura é sinal de que o gato está muito doente.
Também pode saber se existe algum problema pela análise da temperatura do corpo, que deve estar normal, isto é, não deve ser nem muito quente (sinal de febre) nem muito fria (sinal de hipotermia) em ambos os casos, em especial no caso de temperaturas muito baixas, deve dirigir-se de imediato ao veterinário.
Por outro lado, os animais têm algumas maneiras de nos avisarem sobre o seu estado de saúde. Por exemplo, se o gato começar a fazer as fezes em locais onde costuma estar, por exemplo no sofá ou mesmo na cama, é uma forma de lhe dizer que pode estar com problemas de saúde, por exemplo gástricos, e deve leva-lo de imediato ao veterinário.
Neste ponto é também de referir que caso note um cheiro estranho muito intenso no seu gato deve levá-lo ao médico, pode significar um problema de insuficiência renal.
Um outro sintoma deriva do aspecto do pêlo, se o pêlo ficar mais baço e portanto com um ar menos lustroso e, caso não tenha existido mudança de alimentação, pode ser um sinal de algum problema de saúde.
Deve também, observar os ouvidos do seu gato. Caso exista o acumular de sujidade pode ser sinal de uma otite, que se confirma caso observe que o gato coça os ouvidos com regularidade. Seja como for deve sempre limpar com cuidado o ouvido pois alivia a comichão.
*Esterilização
Há relatos de gatos em que tal acontece mais cedo, mas em regra as fêmeas têm o seu primeiro cio aos 6 meses e os gatos perto dos 8/9 meses. Os cios são períodos complicados para os donos, na medida em que os animais se encontram muito agitados e inquietos, podem ter diversas alterações físicas como deixar de comer, de dormir, procuram desesperadamente sair de casa (quando o conseguem, as hipóteses de não conseguirem voltar a casa são grandes), miam alto e de forma particularmente incomodativa, perturbando o sono e causando inclusive alguns problemas com a vizinhança.
Controlando a natalidade, vai impedir os animais de entrar em cio. Se o fizer com recurso a uma pequena intervenção cirúrgica, o seu problema está definitivamente resolvido.
Da mesma forma, a sua gata nunca mais vai ter ninhadas: acabou o stress de saber se tudo corre bem na altura do nascimento e de arranjar donos para tantos bebés. Lembre-se que a sua gata terá cios sucessivos se não fizer algo para o contrariar.
No caso dos machos, tenha em atenção que vão marcar o território (urinando) e que se tiverem acesso à rua, vão entrar em lutas e correr sérios riscos.
Se a sua gata tiver cios sucessivos e/ou ninhadas sucessivas, as possibilidades de que contraia doenças que obriguem a tratamentos e intervenções tão ou mais caras do que a esterilização, são muito grandes. Assim estará a proteger a saúde e bem estar da sua gata.
E não tendo ninhadas, está ainda a contribuir para que os potenciais donos desses gatinhos optem por adoptar um dos muitos gatinhos que nasceram nas ruas ou foram abandonados, dando-lhes a hipótese de ter um lar.
As gatas podem ser esterilizadas a partir dos 6 meses. Embora durante muito tempo se tenha defendido a vantagem em ter um primeiro cio, hoje essa teoria é cada vez menos defendida.
Os gatos, regra geral, podem ser castrados aos 7/8 meses. No entanto, há animais mais precoces e por isso pode acontecer que o seu veterinário verifique que ele pode ser operado mais cedo (por exemplo se começar a marcar território, urinando pela casa).
Os riscos da operação são muito diminutos. Este tipo de intervenção cirúrgica é um procedimento sem complexidade e que por isso não deve ser encarado com angústia. O seu veterinário poderá tranquilizá-lo, uma vez que as possibilidades de que ocorram complicações inesperadas são realmente remotas.
A recuperação do macho é muito rápida. No dia seguinte à operação pode contar que o seu amigo se encontre em plena forma, pronto para as brincadeiras e tropelias do costume. A intervenção nas fêmeas é um pouco mais complexa e por isso a sua recuperação demora um pouco mais. Em regra, elas estão com comportamento normal e recuperadas ao fim de 5 dias, mas algumas gatas possuem uma capacidade de recuperação maior e consegue estar activas e brincalhonas ao 3º dia.
A operação dos machos é mais económica do que a das fêmeas, por esta última ser mais demorada. Os custos variam de médico para médico. Algumas associações, como a Associação Zoófila, que trabalha em parceira com a União Zoófila, praticam preços mais baixos, pelo que devem ser uma alternativa que deve considerar. (ver nota da página Adopção de Animais sobre sitíos mais baratos para esterilizar um animal).
Os gatos que são esterilizados, regra geral, tornam-se animais mais meigos e dóceis. Podem ter tendência a ficar um pouco menos activos, e por essa razão, alguns engordam um pouco. Deve dizer-se porém, que o engordar não acontece com todos os gatos e provavelmente nem sequer com a maioria. Não se pode também dizer que fiquem molengões por causa da operação. Podem ficar mais calmos, o que por vezes até pode ser uma vantagem, se o seu gato for super activo.
É importante que continue a desafiá-lo para brincadeiras e corridas, que eles muito apreciam e servem para ajudar a manter a forma.
*Gatos e Crianças
Quase todas as crianças sonham em ter um animal de estimação. Muitos pais negam a realização desse sonho, com medo que de que o gato (ou cão) possa aleijar a criança.
Gatos e crianças precisam de aprender a conhecer-se e a relacionar-se.
Uma criança nem sempre sabe como brincar ou cuidar do gato, não tendo conhecimento imediato do que o gato pode ou não gostar e do que lhe podem ou não fazer.
É preciso que as crianças aprendam a conhecer e compreender o seu novo amigo, porque dessa forma vão conseguir criar uma relação especial, que recordarão para sempre como algo de maravilhoso.
O papel dos adultos vai ser fundamental, para que nem um nem outro fiquem maltratados ou traumatizados.
Um dos argumentos que escutamos com muita frequência para justificar não ter um gato em casa, é a questão das alergias das crianças. Estudos recentes têm vindo a desmentir essa relação. Pode acontecer que ele seja alérgico, mas na grande maioria dos casos não é verdade. E alguns investigadores vão até mais longe, defendendo que o contacto com animais desde cedo ajuda a que o próprio organismo se torne mais resistente.
*texto retirado do site da União Zoofila*
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